Quando uma brisa de esperança paira sobre a Terra Santa…
O amanhecer da paz na ‘Terra Prometida’ fez-me evocar a presença duma missionária comboniana, na Eucaristia do santuário do Monte da Virgem. (25/1/2025)
Depois de falar sobre as missões, ofereceu o ‘n.º 150 do seu jornal ‘evangelizar a voz da mulher na missão’ de que, pela sua pertinência, realço dois artigos:
O primeiro, sob o título ‘Construtores da paz precisam-se’, dá-nos conta do trabalho das Irmãs Combonianas, desde 1966. em Betânia, no sudoeste da fronteira com Jerusalém, na Terra Santa.
. Informa sobre a finalidade da sua missão:
“As irmãs procuram superar as divisões entre Israel e a Palestina. A sua presença missionária visa valorizar e apoiar o trabalho daqueles que, de ambos os lados, fazem um esforço por viver a comunhão e a unidade em tempos difíceis de divisão e violência. Há pessoas de Paz tanto do lado israelita como do lado palestiniano.
A sua presença significa também e sobretudo denunciar a violência contra ambos os grupos e reconhecer os direitos de cada povo.”
. Testemunha a violência dos ocupantes:
“Em 2009, a missão em Betânia sofreu a divisão da construção da muralha na Cisjordânia, pelos israelitas.
A residência das irmãs ficou do lado de dentro do muro, na parte controlada por Israel. A paróquia, o jardim infantil, o projecto com as mulheres e as suas outras actividades apostólicas ficaram do outro lado do muro, na área de jurisdição palestiniana. Assim, a casa de Betânia passou a situar-se fisicamente no extremo limite entre palestinianos e israelitas.”
. Afirma a necessidade de construir pontes entre os dois povos:
“Através desta experiência, as missionárias ganharam consciência da sua posição entre dois povos que se combatem. Uma oportunidade para assumir um papel mediador de maior escuta das injustiças enfrentadas por palestinianos e também a escuta dos medos das famílias israelitas.
Trabalhando com pessoas de ambos os lados do muro – desde palestinianos a rabinos empenhados na paz e no diálogo – a comunidade comboniana procura construir pontes de encontro que façam a diferença.”
. E exemplifica um dos seus trabalhos:
“Na comunidade nasceu, em 2011, o projecto com beduínos, no deserto da Judeia, na Palestina, ao qual se dedicam três irmãs. Percorrem os caminhos do deserto, ensinando às crianças a dinâmica das construções improvisadas. Os jardins de infância tornaram-se centros culturais também para adultos, onde beduínos se reúnem para discutir as questões de suas comunidades.”
A humanidade destes testemunhos suscitou em mim um hino de louvor, mas também me deixou o sabor amargo: as televisões, que se enchem com reportagens sobre Judeus e Palestinianos, nunca falaram deste trabalho em favor da paz … Só porque é realizado por religiosas, Se fosse um outro grupo, seria badalado, penso eu. Estarei enganado?
O segundo texto intitula-se ‘O testemunho de fé de minha avó’ e narra o trajeto vocacional da Irmã Isabel Maria Pinho, natural de Ovar, que ‘presentemente trabalha com o povo Adu, na diocese de Malindi, no oceano Índico, onde “desenvolve um projeto de agricultura destinado a oferecer às pessoas a alternativa de uma dieta mais equilibrada, incluindo vegetais frescos que as ajudem a prevenir as doenças”.
Depois de dar a conhecer o seu percurso familiar e cristão, realça o papel da avó:
“A sua avó paterna, Maria do Carmo, era a estrela pela qual Isabel se deixava guiar. Umas vezes orientava-a com bons conselhos, noutras, mostrava-lhe o caminho com o testemunho da oração e com a assiduidade da prática cristã.
A sua vocação missionária nasce então dum desejo e de uma vontade. O desejo de querer conhecer mais em profundidade o Jesus da sua fé, que se tornou importante na sua vida de adolescente, e a vontade de o dar a conhecer a outras pessoas.
Aos 25 anos, em 2005, Isabel faz a sua consagração a Deus para a missão. Um ano depois parte para o Quénia.”
Estas palavras fizeram-me recordar o que o Papa Francisco escreveu na página 49 do seu livro de memórias, Esperança:
“Amei muito a minha avó Rosa. Representou para mim um testemunho quotidiano de santidade comum. Foi dela que recebi o primeiro anúncio cristão e foi belíssimo. Ela, que não pudera ir à escola para além da primária, foi para mim uma grande professora. Aquela que selou a minha religiosidade”.
Abençoadas avós! E felizes netos!... (22/10/2025)
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