VIDENTE LUCROU 260 MIL EUROS A PROMETER FEITIÇOS
Este título mereceu relevo na primeira página do Jornal de Notícias, no passado dia 9 de março.
Fiquei estupefacto. Ainda há quem caia nestas patranhas? Como é possível?!!!
Porque, como diz o ditado, ‘quem me avisa meu amigo é’, decidi, embora tardiamente, partilhar convosco esta magnífica reportagem.
“Uma mulher, de 58 anos, está acusada de arrecadar quase 260 mil euros com burlas levadas a cabo em Santo Tirso, Famalicão, Vila do Conde ou Paredes. Com auxílio da sobrinha, de 34 anos, a vidente é suspeita de ter feito 22 vítimas ao garantir ter poderes sobrenaturais para, através de rezas e feitiços, curar todas as doenças e maldições.”
. O modo de agir da burlona
“Abordava pessoas nas suas residências, em cemitérios, lojas, hospitais, parques de estacionamento e até multibancos, com o pretexto de pedir esmola. Logo de seguida, assegurava às vítimas que estas tinham sido amaldiçoadas ou sofriam diversas doenças, tendo chegado a ‘diagnosticar’ um cancro a um homem e a antecipar a morte de um filho de uma mulher. O objetivo era sempre amedrontar e levar os alvos a entregar todo o dinheiro e peças de ouro que possuíam.”
Rituais abstrusos
“Maria Alice instruiu a vítima a pôr ouro dentro de uma meia ou saco, mais a quantia de cem euros. A meia ou o saco tinha de ficar debaixo da cabeça do marido enquanto este dormia e entregue às videntes quando a ofendida fizesse um empréstimo bancário de dez mil euros, dando como garantia a casa, para serem entregues à tia e sobrinha.”
As burlas sucederam-se…
“Uma mulher de 74 anos, residente em Paredes, foi iludida com uma alegada maldição feita por um cunhado ao marido e filhos e entregou 40 euros para 40 rezas. Entregou também o número de telefone e foi através desse contacto que passou a ser pressionada a dar mais dinheiro e peças de ouro para acabar com o mau olhado”.
“Uma mulher abordada pelas videntes à porta de casa, em Famalicão, em 2022, convencida de que o filho ia morrer devido a um feitiço, pediu dinheiro ao próprio descendente, a uma vizinha e ao senhorio. E ainda usou os 300 euros mensais que o pai lhe dava. Durante dois anos, somou um prejuízo de 29 mil euros.”
E, depois, vinham as ameaças…
Uma mulher “aconselhada por uma amiga a telefonar a Maria Alice S. para tratar da tristeza causada pela morte da irmã, deslocou-se à capela da Senhora das Dores, na Trofa e, ainda no verão de 2018, entregou sete mil euros à vidente. Continuou a ser pressionada para dar mais e mais dinheiro e, além de gastar as poupanças que tinha no banco, entregou 115 mil euros que guardava em casa ‘resultado da venda de duas bouças e da herança da sua falecida irmã. Quando, finalmente, disse que ia denunciar a burla à polícia, a vidente ameaçou reunir ‘os homens da sua família’ para ir à ‘casa da ofendida’ e resolver o ‘problema à maneira deles’. ‘Dariam cabo de si, pretendendo significar-lhe que lhe bateriam’, explica a acusação.”
“As ameaças eram, aliás, o recurso de tia e sobrinha para continuar com a extorsão e impedir que os crimes fossem denunciados às autoridades. Dias antes de serem detidas, as duas mulheres foram intercetadas por dois guardas no Largo da Feira em Penafiel a cometer mais uma burla. Mas logo que saíram do posto da GNR telefonaram à vitima, que ainda se encontrava a prestar declarações aos militares, com ameaças para que esta desistisse da queixa.”
Concluindo...
Nada disto nos acontecerá, se ouvirmos as palavras do nosso saudoso Papa Francisco:
“Se você escolhe Cristo não pode recorrer aos feitiços: a fé é abandono nas mãos de um Deus confiável que se mostra não através de práticas ocultas, mas pela revelação e com amor gratuito. Essas coisas que são feitas para adivinhar o futuro ou adivinhar muitas coisas ou mudar as situações da vida não são cristãs”.
Em 1969, D. António Ferreira Gomes, recém-chegado do exílio disse, numa reunião do clero no Seminário Maior: – “Sabem que livro ando a ler?” - “O Livro de São Cipriano”. Perante o sorriso da assistência, acrescentou: “E vocês também o devem ler porque a prática de muitos dos nossos católicos está mais próxima do Livro de São Cipriano do que do Evangelho…”.
Cinquenta e seis anos são passados…. Continua a ser verdade?!! (24/9/2025)
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