POR ASSIS ATÉ PADUA
Continuamos na viagem de Santo António…
Restabelecida a saúde e refeito do fracassado projeto de Marrocos, o noviço franciscano seguiu para norte ao encontro do seu novo guia espiritual, Francisco de Assis.
Terá seguido pela Via Ápia – a primeira estrada
calcetada do Mundo - construída pelos romanos para ligar Nápoles à capital do
Império. Não sabemos se teve tempo para admirar os túmulos imponentes, as
catacumbas e as igrejas que a ladeavam. Nem se entrou em Roma. Aí, poderia
contemplar a basílica de S. João de Latrão mas não a de S. Pedro, construída
mais tarde (1506-1626), onde se levanta um altar dedicado a «Santo António de
Pádua». Sabemos que esteve em Roma, em 1230, como representante da Ordem, em
colóquios com o Papa.
Tinha pressa em chegar a Assis para participar no
Capítulo Geral de 1221 em que passou despercebido. No final, a convite dum
frade, foi para Montepaolo, um ermo nos Apeninos. Refugiava- se numa gruta
donde saía, apenas, para celebrar Missa e prestar os serviços mais humildes à
comunidade. Até que, numa emergência, o superior o convidou a pregar de
improviso numa cerimónia de ordenação sacerdotal. As suas qualidades oratórias
impressionaram todos os assistentes: aquele grande pregador fazia falta noutros
lugares e funções.
Em Bolonha - a cidade onde, em 1088, tinha sido
fundada a primeira universidade do mundo - criou o centro de estudos bíblicos.
São Francisco autorizou-o, mas com condições: “Aprovo que tu ensines teologia
aos frades, desde que tu não afrouxes o espírito da santa oração e devoção”.
Em 1225 – 1226, Santo António é enviado para França.
Foi uma viagem longa e difícil que o obrigou a atravessar os Alpes,
possivelmente no local que, muitos séculos antes, Aníbal, com os seus elefantes,
utilizou para ir atacar Roma. No sul de França, estava em pleno vigor a heresia
dos albigenses. Santo António pregou em muitas cidades, como Montpellier,
Limoges e Toulouse, contrapondo, pela palavra e pelo exemplo, à «Igreja dos
Cátaros» (Puros) a Igreja fiel ao lema de Jesus: “combate o pecado mas ama o
pecador”.
Em 1227, foi nomeado diretor-geral da Ordem para o
Norte de Itália. “Percorria terras e províncias em pobreza absoluta, como um
que se sente estrangeiro e peregrino no mundo. Estava habituado à fome, como o
apóstolo Paulo; e sentia-se feliz na indigência”. A sua débil saúde foi-se
deteriorando de tal modo que, em 1230, pediu dispensa dessa função para poder
redigir os famosos “Sermões de Santo António”. Mesmo assim, na quaresma de
1231, pregou, diariamente, em Pádua. A debilidade acentuou-se. E em 13 de junho
faleceu em Arcella. no caminho para Pádua onde acabou por ser sepultado na
igreja de Santa Maria Mater Domini, hoje, a magnífica basílica de Santo
António.
No ano seguinte, foi canonizado, na catedral de
Spolleto. Em 16.1.1946, Pio XII declarou-o Doutor da Igreja.
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