POR ENTRE RIOS E ABADIAS...
É
terra de grandes monumentos como a «Ponte do Porto», construída no século XIV
sobre o rio Cávado, com onze arcos e cento e cinquenta metros de comprimento.
Além do santuário da Senhora da Abadia, é terra de grandes mosteiros como o de
Santa Maria do Bouro, cisterciense desde 1195, que, em 1997, foi reconvertido
em pousada, segundo risco do arquiteto Souto Moura; e o de Rendufe, beneditino
(1151) que, à distância, impressiona pela volumetria mas, quando próximos,
causa pena pelo seu estado de abandono. Lembra um velho fidalgo caído em
desgraça. O desalento atenua-se com a sonoridade da água que jorra do «sol» no
centro do fontenário, decorado com as insígnias beneditinas, e com a imponência
da fachada simétrica da igreja, de duas torres sineiras. No interior do templo,
construído no século XVIII, encanta-nos a beleza barroca da capela-mor que, em
dia de sol, refulge na talha dourada do retábulo. . Foi nesta igreja que
participei na «Missa de Natal». E em boa hora…
As primeiras palavras do celebrante
surpreenderam-me pela proximidade: - “Agradeço a todos vós que quisestes estar
comigo na celebração desta Missa de Natal. Muito obrigado”. Senti-me em casa.
Na homilia, que levava escrita mas não se limitou a ler, disse que, junto do
presépio, devermos assumir duas atitudes. A primeira é pensar nas nossas
marginalidades porque todos temos «buracos negros», margens, que precisamos de
iluminar com a luz do Menino; a segunda é lembrar e engrandecer os momentos em
que mais sentimos a presença de Deus, imitando os pastores que «contaram o que
se lhes havia dito a respeito deste Menino» (Lc 2,17).
Cantou,
e bem, as partes nucleares da «Oração Eucarística». Também a Assembleia
acompanhou o Coro que solenizou a celebração. Foi uma festa.
No
final, pediu: -“Logo quando telefonardes aos familiares que estão no
estrangeiro, dizei-lhes que o vosso pároco rezou por eles: - “Ave Maria, cheia
de graça…”. E despediu-se com sorriso no rosto e ternura nas palavras: -
“Termino como comecei: Agradeço-vos por terdes vindo celebrar comigo o Natal.
Obrigado”.
À
porta, duas meninas, com cestos floridos, ofereciam uma estrela com uma fita
que transcrevia uma perícope do Prólogo de S. João, proclamado ao Evangelho. A
minha dizia: “Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito” (Jo1,1-18).
Como
é bom celebrar assim o Natal… (29/1/2020)
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