O Tanoeiro da Ribeira

quarta-feira, novembro 13, 2019

PARCEIROS OU COMPETIDOES

 
Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota”, disse Madre Teresa de Calcutá.

A Igreja apoia as camadas mais pobres e nas zonas mais remotas da Terra. Administra 115.352 instituições de saúde e de assistência em todo o mundo, incluindo 5.167 hospitais, sendo a maior parte na América e em África; 17.322 dispensários, a maioria em África, na América e na Ásia; 648 leprosarias distribuídas principalmente na Ásia e em África; 10.124 orfanatos, principalmente na Ásia e na América; 3.663 centros de educação e reeducação social, além de 36.386 instituições de outros tipos. Só a Sociedade de S. Vicente de Paulo ajuda cerca de trinta milhões de pessoas, em 138 países.

E em Portugal? E na nossa Diocese?

A Igreja tem em funcionamento cerca de 1700 IPSS canonicamente eretas e com múltiplas valências.
O P. Lino Maia, presidente da CNIS, diz-nos que, só na nossa diocese, há 3.363 Vicentinos num total de 302 Conferências (VP, 18/9/2019). E “há presentemente 388 Misericórdias ativas em Portugal que, no seu conjunto, apoiam diariamente cerca de 165 mil pessoas e, para o efeito, contam com mais de 45 mil colaboradores diretos”. Com exceção da de Lisboa todas as outras são “simultaneamente de ereção canónica e instituições de solidariedade social”. Na diocese do Porto há um total de 28 Misericórdias” (VP, 29/5/2019). E ainda, “De acordo com a Carta Social (2017), as IPSS têm equipamentos para crianças e pessoas idosas em 70,76% do número total de freguesias do continente, sendo as únicas entidades com estas respostas em 27,16% das freguesias, com predomínio dos centros sociais paroquiais” (VP,19/6/2019).

A sociedade terá consciência da importância deste trabalho? E nós? Penso que as instituições deveriam aparecer mais nas redes sociais. Não por vanglória mas ao serviço da verdade.

Sei que Jesus disse “Quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a direita (Mt, 6,3).Mas também já tinha dito: “Não se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire…” (Mt, 5,14-16)

Um voto - Que o novo Governo saiba respeitar este «suplemento de alma» que chega às «periferias existenciais» e se questione: ”É dogmaticamente infalível o modelo de assistência imposto pelo Estado por intermédio da Segurança Social?”; “A Segurança Social posiciona-se perante os organismos assistenciais da sociedade civil como seus legítimos parceiros a favorecer ou como competidores a isolar?”.

E um apelo - Que a nova equipa ministerial traga um outro espírito para os seus funcionários de modo que a Segurança Social deixe de ser, “um serviço predominantemente inspetivo, habitualmente tido mais como problema acrescido do que uma reserva de solução” (D. Manuel Linda, JN, 15/9/2019).

(13/11/2019)