O Tanoeiro da Ribeira

quarta-feira, maio 08, 2019

API - ONDE OS ANOS NÃO PESAM...



No próximo dia 7, esta veneranda instituição - que ostenta o nome do seu fundador e atualiza o seu carisma – completa 116 anos de vida.

Como é bom sentir o vigor duma Obra mais que centenária que tem, na sua origem, o venerável “Bispo dos Pobres” cuja inteligência e bondade ainda hoje perduram nas muitas instituições que criou.

Experienciámo-lo, nós e todos os que aceitaram o convite para, em 29 de janeiro de 2017, participar na romagem ao monumento a D. António Barroso, no Largo 1º de Dezembro, que culminou com a visita à “Associação de Proteção à Infância Bispo D. António Barroso ” (API). Fomos recebidos pela Direção, presidida pelo Dr. Maurício Pinto, que, fraternalmente, nos obsequiou com um lanche servido por algumas das 28 meninas que aí são acolhidas.

Este sentimento foi reforçado com a inauguração duma casa para as meninas que, tendo completado 18 anos, não podem permanecer na casa-mãe mas continuam a precisar do seu apoio: umas frequentam o Ensino Superior, outras já estão no mercado do trabalho.

Foi, pois, com agrado, que tomei conhecimento do seu “Plano de Atividades e Orçamento – 2019” de que, agora, me faço eco.

No início, uma nota histórica informa: “É uma instituição de Solidariedade Social – IPSS – sem fins lucrativos, fundada em 7 de maio de 1903, pelo então Bispo do Porto, D. António Barroso.”

Na rubrica «Política Orientada para as Crianças e Jovens» diz: “Na nossa estratégia, a criança e jovem em acolhimento é o cerne da atividade, assim a intervenção é focalizada na pessoa e no seu ambiente, quer interno quer externo, nas necessidades, nas expetativas e nos seus conflitos, próprios do crescimento”.

Para logo esclarecer: “ Pretende que as crianças/jovens consigam desenvolver competências de comunicação, interajuda, autoestima e autocrítica. Sabemos que aprender é atuar, isto é, adquirir instrumentos para intervir na própria realidade, é aprender a relacionar-se.”

No dia 8 de março, com outros amigos da Instituição, visitei as suas instalações e verifiquei como todos se esforçam por “proporcionar um ambiente acolhedor, confortável e motivador para as menores”. No sorriso com que nos acolhiam, vi como elas se sentem em sua casa.

Resta-me felicitar a Direção pelo seu trabalho que, em tempos e circunstâncias bem diferentes, mantém viva a matriz original impressa pelo seu fundador: a pessoa em primeiro lugar. São diferentes os paradigmas. Ontem, eram as crianças em abandono; hoje, na maioria dos casos, são adolescentes em “situação de risco”. Quando, antes, se guiavam vergônteas que despontavam, agora, procura-se reorientar réstias de luz para iluminar horizontes de um novo futuro.

Nascida da Caridade do Bispo que lhe dá o nome, a API vive animada pela Esperança na perfectibilidade humana. Um bem-haja para quantos fazem dela uma instituição de excelência.

(1/5/2019)