OBRIGADO, SENHOR!
Este desabafo doloroso levou-me a reler «A Alegria
do Amor» . Nela, o Papa Francisco diz que a primeira das treze exigências do
“amor quotidiano” é a paciência. “O problema surge quando exigimos que as
pessoas sejam perfeitas, ou quando nos colocamos no centro esperando que se
cumpra unicamente a nossa vontade. Então tudo nos impacienta, tudo nos leva a
reagir com agressividade. Se não cultivarmos a paciência, sempre acharemos
desculpas para responder com ira, acabando por nos tornarmos pessoas que não
sabem conviver, antissociais incapazes de dominar os impulsos, e a família
tornar-se-á um campo de batalha. Esta paciência reforça-se quando reconheço que
o outro, assim como é, também tem o direito de viver comigo nesta terra. O amor
possui sempre um sentido de profunda compaixão, que leva a aceitar o outro
mesmo quando agir de modo diferente daquilo que eu desejaria (Nº 91). Sábias
palavras! Paciência que tanto falta e que tanta falta faz…
Em contraponto, nesse mesmo dia, num jantar de
aniversário, o festejado vinha com cara de paraíso. Acabava de lhe nascer um
neto. Disse ao filho: - “Vós destes-me a melhor prenda”. Os netos são os
rebuçados com que Deus nos adoça a vida numa idade em que temos menos
preocupações e mais tempo para os saborear. São resposta finita à nossa fome de
infinitude..
Mais uma vez
fui ler a Exortação Apostólica. “Muitas vezes são os avós que asseguram a
transmissão dos grandes valores aos seus netos. As suas palavras, as suas
carícias ou a simples presença ajudam as crianças a reconhecer que a história
não começa com elas, que são herdeiros de um longo caminho e que é necessário
respeitar o fundamento que as precede. Quem quebra os laços com a história terá
dificuldade em tecer relações estáveis e reconhecer que não é dono da
realidade.Com efeito, a atenção aos idosos distingue uma civilização” (Nº 192).
Dou-Te graças, Senhor, pela vida que em nós renasce.
Pelas sementes que germinam em nossos caminhos. Pelos amigos que nos expandem e
vivificam.
Que nesta Páscoa possamos dizer como Drummond de
Andrade: “E nosso amor, que brotou/ Do tempo, não tem idade/ Pois só quem ama/
Escutou o apelo da eternidade.”.
(17/4/2019)
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