O Tanoeiro da Ribeira

quinta-feira, janeiro 04, 2018


ESTRELAS QUE NOS ALUMIAM…

 


Em homenagem a D. António Barroso, no início do centenário da sua morte (1918), viajei pelo livro “Os Retratos dos Bispos do Porto na coleção do Paço Episcopal”, em busca de santidade e cuidado com os pobres. E foram muitas as informações que recebi. Partilho algumas:

- D. Frei Gonçalo de Morais (1607-1617) – “piedoso e esmoler…”

- D. Nicolau Monteiro (1671-1672) – “Escolheu dois esmoleres, um para atender aqueles que batiam à porta do seu paço e outro para visitar e socorrer os pobres envergonhados. Deixou um legado de 12 mil cruzados, destinado ao tratamento dos doentes pobres.”

- D. Frei José Saldanha (1697-1708) - “ De tanta virtude e santidade, que, depois de morto esteve três dias exposto ao povo”. Faleceu a 28 de setembro de 1708, no Porto, «com opinião de santo». “Acudiu aos mais necessitados através de esmolas, vestuário e alimentos.”

- D. Jerónimo Rebelo (1843-1854) - “Revelou o seu zelo com os mais desfavorecidos, como os expostos ou com aqueles cujos trabalhos dependia das condições climatéricas.”

- D. Américo (1871-1899) - “Não foi alheio aos problemas sociais dos seus diocesanos, intervindo diretamente na assistência às vítimas de miséria e de calamidades, no apoio à criação e ao funcionamento de instituições de beneficência e na defesa do descanso semanal.”

- D. António Barroso (1899-1918) - “Incita os seus diocesanos a apoiarem diversas instituições, como a Assistência Nacional aos Tuberculosos … e pede-lhes o contributo para situações de calamidade e de subsistência, especialmente no período da 1ª Guerra Mundial”. Entre as muitas instituições que criou, destaca-se a “Associação de Proteção à Infância Bispo D. António Barroso” que se mantém viva e com trabalho de reconhecido mérito.

- D. António Meireles (1929-1942) - “Salienta-se o interesse pelos problemas dos operários e dos presos, o apoio a obras de assistência, creches e infantários, patronatos, cruzadas de caridade, cozinhas económicas.”

- D. Agostinho (1942-1952) - “Atentou às condições de vida dos operários, dos pobres e dos doentes. Nesse sentido, apelou à caridade dos diocesanos e ao papel dos proprietários na criação de novos e melhores postos de trabalho num contexto de vida agravada pela guerra”.

- D. António (1952-1982) – Intrépido defensor dos direitos humanos, foi notória a sua intervenção social já em Castelo Branco com a Acção Social Agrária e a Fraternidade Operária. Em 1956,fundou o Instituto de Serviço Social do Porto. Em 1957, denunciou a “miséria imerecida” das gentes do campo. Após o seu regresso, sempre acarinhou a “Obra Diocesana”, criada por D. Florentino, Administrador Apostólico da Diocese durante o seu exílio (1959-69).

Galeria insigne que nos honra pelo passado e responsabiliza pelo futuro.

Um Ano Bom!

 

(3/1/2018)