O Tanoeiro da Ribeira

quarta-feira, outubro 02, 2024

"BURLADA POR DUPLA QUE LHE PEDIA OURO PARA AFASTAR O MAL"

Este era o título da notícia (JN, 25/8/2024) que dizia: “PJ deteve duas mulheres, de 43 e 47 anos, por fortes indícios de terem burlado em mais de 250 mil euros uma idosa, em Lisboa (…) As detidas abordaram a mulher de 65 anos na rua, em Lisboa, e ‘referiram ter-lhe detetado um grave problema’, disponibilizando- se para a ajudar a ‘derrotá-lo’, o que fariam através de ‘rezas e benzeduras, sobre valores’. Apercebendo-se da vulnerabilidade da vítima, ‘foram-na ludibriando ao longo de meses, levando-a a entregar-lhes todo o dinheiro e ouro que possuía, para ser benzido, sob a falsa promessa de que tudo seria devolvido, quando o mal fosse expurgado’. Para dar mais credibilidade à história, sublinha a PJ, marcavam os encontros na rua, ‘quase sempre junto de igrejas, recebiam discretamente os valores, para serem ‘benzidos’ e alegavam que, para o ‘tratamento’ resultar, ‘a vítima nunca poderia revelar o caso a terceiros.” Mas isto ainda é possível? E a idosa tinha apenas 65 anos… Quero crer que serão raros estes casos, mas há outros em que, mais facilmente, podemos cair. Não foi por acaso que o mesmo JN, no dia 9 de julho passado, sob o título “Se me acontecer alguma coisa sei a quem comunicar, é uma segurança”, consagrou duas páginas ao trabalho das ‘Forças de Segurança’ no apoio a idosos mais isolados, donde respiguei alguns casos e conselhos. I - Burlas a idosos - Ao sair da Missa “Íamos as duas a pé e começamos a falar. Eu disse que ia à missa e estranhei que, na altura dos cumprimentos, ela estivesse atrás de mim a bater-me nas costas. Depois, saímos da missa e, no passeio, disse-me que o meu fio estava a cair. Pedi-lhe ajuda para o tirar e ela meteu-o dentro da minha carteira. Mas, quando cheguei a casa, vi que o lenço de papel não tinha nada e que a mulher tinha levado o fio”, descreve Maria Freitas, de 85 anos, ao JN.” - Enganada por ‘sobrinho’ “Durante a caminhada no Passeio Alegre, no Porto, uma mulher, de 78 anos, foi surpreendida por um automobilista que lhe garantiu ser seu sobrinho. Na sequência do engodo, a idosa entrou na viatura e levou o burlão até à sua própria residência, onde este, após minutos de conversa, lhe perguntou se não tinha notas de 20 para trocar. A vítima foi buscar uma caixa escondida debaixo de um móvel e entregou-a ao criminoso, que depressa fugiu com mais de cinco mil euros em dinheiro e joias”. - Falso acidente “Com 81 anos, uma condutora parou a marcha, na Avenida da Boavista, no Porto, perante o buzinar insistente da viatura que seguia no seu encalce. Foi, então, interpelada pelo automobilista e acusada de ter batido no carro durante uma inversão de marcha que tinha acabado de efetuar. O burlão, após simular um telefonema, apresentou uma conta superior a 900 euros pelos alegados estragos e convenceu a idosa a dirigir-se a um multibanco para levantar 400 euros.” - Simula ser bancário “A partir do Algarve, montaram um esquema com que burlaram 84 idosos em cerca de 2,5 milhões de euros: um telefonava para idosos, fazendo-se passar por bancário, alegava um problema com a conta para forçá-lo partilhar dados pessoais. A informação era passada a outros elementos da rede criminosa, que se deslocavam a casa dos alvos e, através da engenharia social, convenciam os idosos a entregar os cartões bancários. Por fim, os burlões levantavam o dinheiro nas caixas multibanco ou pagavam compras feitas online”. II – Precauções a ter sempre em atenção… - Não abrir a porta “Se vive sozinho, nunca abra a porta a estranhos, mesmo que estes se identifiquem como funcionários de empresas de água ou eletricidade. Tente confirmar se foi marcado algum serviço para a área da sua residência.” - Cuidado com o telefone “Evite referir que mora sozinho quando lhe telefonam para casa. Se suspeitar do telefonema, alerte os vizinhos ou as autoridades.” - Chame a polícia Sempre que, ao volante, for confrontado com um eventual acidente, chame um familiar ou a Polícia ao local. Nunca pague os alegados estragos de imediato. - Nunca confiar “Não confie em pessoas que não conhece, mesmo que estas garantam que são seus familiares. E muito menos permita que entrem na sua residência.” A terminar, lembro a sabedoria popular: ‘Quem me avisa, meu amigo é.’ - ‘Um homem prevenido vale por dois’ - ‘Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal ao doente.’ (2/10/2024)