SIMPLICIDADE, A MATRIZ DOS SÁBIOS
Nasceu em 1965 numa família de humildes pescadores
do Machico, na ilha da Madeira. E jamais esqueceu a simplicidade do lar
materno.
Dele, diz o Presidente da República: “Foi sempre um exemplo de rigor
ético, de luminosa inteligência, de prodigiosa palavra. Tudo debaixo de uma
postura muito simples, muito humilde, muito discreta quase que como quem pede
desculpa de incomodar os demais com uma palavra, um pensamento, um gesto”
(JN,6/10/2019). Alice Vieira, que o conheceu na Feira do Livro em Frankfurt,
confessa: “Ficámos a dar-nos muito bem. Só quando cheguei a Lisboa é que
percebi que ele era padre”. No ano passado, um amigo meu, anticlerical e
agnóstico inquieto, dizia-me, com admiração: - “Há muito tempo que gosto dum
poeta e, só há dias, descobri que ele é padre. Chama-se Tolentino…Os seus
poemas são muito simples, mas muito profundos e duma beleza surpreendente. E
nada clericais…”
Dos vários testemunhos recolhidos por Notícias Magazine (JN, 6/10/2019),
apenas alguns:
- “A Missa (na capela do Rato) era um momento
especial. Os miúdos podiam brincar e sentar-se ao pé dele. Na comunhão, os
divorciados também se punham na fila e recebiam o sinal da cruz na testa.
Sentiam-se incluídos. A igreja era uma casa grande onde estávamos todos.” (Alice Vieira, escritora)
- “Quando cheguei, senti conforto. O Tolentino é uma
espécie de terapeuta na sua essência. Sentíamos que ele tinha o dom de nos
ouvir. E que encontrava sempre na Bíblia forma de nos ajudar a estar em
comunidade. O que me faz sentir uma das cartas do baralho.” (Luís Mah, investigador)
- “As palavras dele evocam profundezas, mas com uma
simplicidade fascinante. Um homem que sabe fazer pontes e dar murros na mesa da
sua casa. Porque está atento aos outros e vê o que neles há de melhor.” (Alexandre Lucas Pires, escritor)
- “É talentoso. Anda pela cidade e não exclui
ninguém. Enquanto académico, teólogo, poeta. Áreas que conjuga com o asfalto,
com a cidade, com as gentes. E é afetuoso, tem um sentido de amizade e uma
grande ternura pelas pessoas.” (Leonor
Xavier, jornalista).
Razão tem o P. Fernando Calado: “O Papa espera que
os novos cardeais, mais que príncipes da Igreja, sejam homens compassivos que
com ele se comprometam na reforma da Igreja e na atenção aos problemas que
afligem o Mundo. Para isso, conta com o apoio e a lealdade de D. Tolentino
Mendonça.” (7/10/2019). Disso não tenho dúvidas.
“Aprendei de
mim que sou manso e humilde de coração.” (Mt, 11,28)
(VP, 6/11/2019)
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