CAIXA DE RESSONÂNCIA . 'JN: 136 ANOS DEPOIS'
Quem, na última sexta-feira de maio, entrasse no café Abanico, no Porto, certamente repararia num casal, já de alongados caminhos, embrenhado na leitura partilhada do Jornal de Notícias.
Nessa manhã, liam e comentavam a crónica “JN: 136 anos depois”, de Felisbela Lopes, Professora da UMinho, que começava:
“Criado a 2 de junho de 1888, o ‘Jornal de Notícias’ fez permanecer neste tempo a sua redação central do Porto. Hoje, é o único diário nacional com sede fora da capital, distinguindo-se por uma atenção particular aos territórios. E é nesse jornalismo de proximidade, entranhado na vida das pessoas, que se enraíza a sua força. E a sua liberdade.
Tendo atravessado recentemente uma fase de grande turbulência devido a problemas de propriedade e, consequentemente, de gestão, entretanto superados (…)”
E foi nesse período conturbado que, em 31 de janeiro, o Rotary Club do Porto, assumindo o peso simbólico desta data e interpretando o sentir das gentes da cidade, realizou, na biblioteca Almeida Garrett, um ‘jantar de reconhecimento de mérito profissional ao jornalista Domingos de Andrade’, antigo diretor de tão prestigiada instituição do Porto cuja sobrevivência estava em risco.
E foi uma sala repleta que ouviu a presidente do clube organizador, Eliana Soares, explicitar as razões dessa distinção.
António Tavares, Provedor da Misericórdia do Porto, e Sebastião Feyo de Azevedo, presidente da Assembleia Municipal do Porto e antigo Reitor da Universidade do Porto, louvaram o Rotary Club pela justeza desta homenagem.
No dia 2 de junho, o JN publicou uma “Edição especial de aniversário”, com 120 páginas sob o título “Somos Liberdade”.
Das muitas felicitações, a começar pelo senhor Presidente da República, faço-me eco das vozes de:
*Órgãos autárquicos
- Presidente da Câmara do Porto: “Não há muitos jornais no mundo que continuem a revelar, mais de um século depois, pertinência informativa e utilidade social. Ora, o JN tem sabido resistir às transformações da sociedade e dos média, em boa medida porque dá voz à comunidade onde se insere. Pelo seu jornalismo de proximidade, profundamente interclassista, é uma garantia de liberdade e pluralidade informativa”.
- Presidente da Câmara de Lisboa: “A democracia trouxe-nos (…) a liberdade de imprensa (…) O JN tem desempenhado de forma nobre a missão de procurar a verdade, informar os cidadãos, servir a democracia. E sempre com destaque para as nossas cidades, para as nossas gentes, para os temas locais que tanto relevância têm para as pessoas.”
- Presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses: “O que celebramos hoje é muito mais do que o aniversário do JN. Comemoramos a resistência de um grupo de pessoas que acreditara que o JN merece continuar vivo. Não podendo enumerar cada um dos trabalhadores do JN, faço o louvor que nos merecem nas pessoas de Inês Cardoso e Domingos de Andrade”.
* Cidadãos do Porto
- D. Manuel Linda – “Na vida das pessoas e das instituições, o aniversário é ocasião para valorizar a existência, ajuizar da sua qualidade e projectar o futuro. O JN tem razões para celebrar a liberdade de informação, avaliar as vias que já percorreu e programar um futuro de otimismo e esperança.”
- Pedro Abrunhosa – “É muito difícil dissociar a história desta cidade à história do JN por uma razão, o jornal conta a história da cidade. O JN garante uma voz imparcial em relação à proximidade com a população e perder isso é perder um dos pilares fundamentais da democracia, que é a rede de informação que chega às pessoas e lhes traz justiça.
. André Villas Boas – “Tal como o F.C. Porto, o JN já atravessou séculos. (…) O JN através de uma informação séria e livre, que forma cidadãos esclarecidos e livres. O JN sempre foi um bastião dessa liberdade, uma referência informativa, que não se deixa coarctar por interesses ou pressões. Obrigado, JN”.
Faço minhas as palavras de Poiares Maduro, professor universitário, no painel que debateu as ‘ameaças à liberdade de imprensa’, no âmbito do aniversário do JN:
“Os jornalistas são os mediadores entre os factos e os cidadãos. São fundamentais no processo de formação das opiniões dos cidadãos. - JN, 3/672024” (12/6/2024)
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